COMENTÁRIO:
A caxumba é uma doença viral aguda causada por um
paramyxovírus, caracterizada por febre, dor, sensibilidade e
aumento de volume de uma ou mais glândulas salivares, com
predileção pelas parótidas e, às vezes, pelas sublinguais ou
submandibulares. Geralmente autolimitada, transmitida por
gotículas respiratórias, contato direto ou fômites, sendo uma
doença imunoprevenível. Ocorre mais comumente entre
crianças em idade escolar e adultos jovens e é rara em
lactentes com menos de um ano de idade, que têm proteção
por anticorpos maternos. O período de incubação é geralmente
de 16 a 18 dias (variação de 12 a 25 dias) desde a exposição
até o início dos sintomas. A transmissão da caxumba pode
ocorrer dois dias antes a cinco dias após o início da parotidite.
Embora a caxumba também deva ser suspeitada entre
indivíduos vacinados com sinais e sintomas relevantes e
exposição epidemiológica, indivíduos sabidamente não
imunizados tem risco maior de infecção. A IgM se torna
detectável nos primeiros dias da doença e, atinge o pico cerca
de 5 dias após o início dos sintomas. O ideal é que o soro seja
coletado o mais rápido possível após o início dos sintomas. Os
anticorpos da classe IgG surgem logo após a IgM e mantém-se
detectáveis por longos períodos. Os recém-nascidos de mães
imunizadas, naturalmente ou por vacinação, apresentam níveis
protetores de IgG até cerca de 6 meses de idade. Assim como
acontece em outras doenças imunopreveniveis como sarampo
e rubéola, pessoas vacinadas previamente podem ter a IgM
ausente ou detectada por curto período de tempo no caso de
doença aguda. Testes sorológicos não podem diferenciar se a
presença de anticorpos é decorrente de vacinação ou
exposição prévia à caxumba, e o nível de anticorpos IgG
necessários para proteção contra a infecção não é conhecido.
O diagnóstico de infecção aguda por caxumba pode ser
realizado pela detecção do vírus por RT-PCR em saliva obtida
dos ductos parotideos entre três e no máximo oito dias após o
início dos sintomas. Na suspeita de complicações, o teste pode
ser executado em urina e líquor.