INTERPRETAÇÃO:
Os anticorpos anti-T. cruzi IgG em conjunto com outros testes
sorológicos e conclusões clínicas auxiliam na investigação da
Doença de Chagas. Essa patologia se desenvolve a partir da
infecção com o protozoário T. cruzi tendo o inseto triatomíneo
como vetor. A partir do ponto de vista imunológico, a doença se
distingue em 3 etapas: aguda, latente ou indeterminado e
crônica; em cada uma se tem uma sintomatologia e evidências
clínicas diferentes. No estado agudo os sintomas são
geralmente o aumento de fígado, baço, gânglios linfáticos e
coração. Meningoencefalite também pode ocorrer em crianças.
Durante a manifestação crônica, o coração, o músculo e o
esôfago são afetados. O envolvimento do coração é
caracterizado por distúrbios, arritmias, cardiomegalia e
insuficiência cardíaca. Na fase aguda o resultado é positivo
para IgM e negativos para IgG em uma fase bem inicial ou
positivos para IgM e positivos para IgG em um período mais
tardio da fase aguda. Já na fase crônica, o IgM é negativo,
enquanto o IgG é positivo.
Na América Latina é considerada um problema de saúde
pública devido aos altos níveis de prevalência e morbidade. De
acordo com o II Consenso Brasileiro em Doença de Chagas
(2015), considera-se indivíduo infectado na fase crônica aquele
que apresenta anticorpos anti-T. cruzi de classe IgG detectados
por meio de dois testes sorológicos realizados por métodos
distintos. O diagnóstico diferencial com outras doenças (por
exemplo, leishmaniose visceral, hanseníase na forma clínica
virchowiana, doenças autoimunes, entre outras) deve ser
considerado, uma vez que podem ocorrer resultados falsopositivos para Chagas por reação cruzada com estas doenças.
DOENÇAS RELACIONADAS:
Doença de Chagas, Doença de Chagas Cardíaca, Doença de
Chagas Digestiva, Doença de Chagas Associada,
Cardiomiopatia dilatada, Miocardite, Insuficiência cardíaca